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Se você se preocupa em saber quais histórias são verdadeiras e quais são ficção, lembre-se de que a história muda conforme aquele que a conta, pois todas elas sempre carregam algo de verdadeiro e muito da fantasia do escritor. Afinal, neste mundo das redes sociais, mesmo quando pretendemos estar contando a verdade sobre nós, redigimos uma ficção.

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A rainha que sonhava viver num chalé



Outra visita interessante em Sintra é a dos jardins do palácio de Pena e o chalet da condessa d’ Edla. Os jardins são lindos, quase selvagens e requerem uma boa dose de energia para percorre-los. O chalet é uma atração à parte, tendo sido construído a pedido da segunda esposa do rei D. Fernando II de Portugal. 

Elise Hensley, a condessa d’ Edla, era uma artista de teatro e cantora de ópera suíço-americana, mãe de uma menina de pai desconhecido. Conheceu seu futuro marido quando passou em turnê por Porto e Lisboa. O rei, que estava na plateia de ambos teatros, apaixonou-se perdidamente por ela. 


Após o casamento passaram a refugiar-se seguidamente em Sintra, onde adquiriram as terras do Mosteiro de Nsa. Sra. da Pena e nelas criaram um parque com a consultoria do irmão de Elise, um silvícola. 


Elise, que nunca foi aceita pela sociedade portuguesa, se comportava de modo frugal. Nos jardins do parque de Pena projetou um chalé no estilo dos chalés alpinos da época, que mais parece um cenário de teatro, com muita cortiça aplicada tanto dentro quanto fora de casa. Tudo muito simples e enfeitado por uns poucos objetos de prata e móveis.


 No chalé e em seus jardins Elise e seu marido viviam o sonho romântico de uma vida em contato com a natureza. Cestas de pic nic foram especialmente projetadas pela Maison Boudet para a dupla e seus convidados. Uma mala de vime com arreios de couro carregadas de louça e talheres de prata, copos de chifre com monograma real e garrafas de cristal com tampa de prata para transportar os vinhos especiais. Tudo muito chique, mas espantosamente simples se considerarmos os pic nics reais ingleses e franceses.


                                        


Após 16 anos de casamento, Elise enviuvou, herdando de se marido os palácios dos Mouros e o de Pena, o que causou grande conflito com a coroa portuguesa.

Em 1929, Elise morreu só aos 93 anos, sem que nem mesmo os artistas que receberam incentivo financeiro da casa real lhe rendessem homenagem. Seu amado chalé sofreu um incêndio criminoso em 1999. Após 4 anos de reforma, o chalé reabriu para visitação em 2011.


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Tags: chalet condessa d'Edlarainha Elise HenslerPalacio Pena

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